2008/03/31

A música do eduquês

Os professores generalistas para o primeiro ciclo do ensino básico podem inscrever-se no Mestrado em Ensino de Educação Musical no Ensino Básico e passarão, num ano e meio, a professores de música. Se tivermos em conta que os rudimentos musicais aprendidos durante os anos do curso para professores do 1º ciclo não podem ser considerados mais que umas "coisitas" e se olharmos para o plano do mestrado que abaixo transcrevemos, ficamos esclarecidos sobre a qualidade dos profs de música que saem das ESE's e departamentos universitários que formam professores para ensinar Ed. Musical aos alunos do 2º ciclo. Sem falar naqueles que, por obra e graça de amigos coordenadores de departamentos universitários, ficaram a dar aulas de música, em universidades públicas, aos cursos de formação de educadores de infância e professores para o ensino básico...

Mestrado em Ensino de Educação Musical no Ensino Básico

Autorizado em 25 de Fevereiro 2008, por despacho do Ministro da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior.

Número de créditos necessário à obtenção do grau: 90 ECTS.
Duração normal do ciclo de estudos: três semestres.

Áreas científicas e créditos que devem ser reunidos para a obtenção do grau:

Área científica Sigla Créditos
Didácticas Específicas DID 23
Formação Educacional Geral FEG 23
Formação na Área da Docência FAD 8
Iniciação à Prática Profissional IPP 36
Total 90

Assim não nos espantemos que apareçam pérolas destas:

Ouve a BARDINERIE de J. S. Bach...

Que tipo de orquestra executa esta obra musical? (ligeira ou de câmara)

Do Exame (Nacional) de Equivalência à Frequência de Educação Musical - 2º Ciclo do Ensino Básico - 2006 (1ª Chamada)

2008/03/29

2008/03/28

Não comprem produtos chineses!




Verificar sempre o Made in...

Grandes marcas ocidentais fabricam na China devido ao preço irrisório da mão-de-obra

Pequim, 26 Mar (Lusa) - A China, confrontada com maiores pressões internacionais à medida que se aproximam os Jogos Olímpicos em Pequim, acusou hoje a imprensa ocidental de deformar a realidade no Tibete, criticando os países que aceitarem receber o Dalai Lama.
...
Confrontado com as críticas dos defensores dos direitos humanos sobre uma ausência de combatividade face a Pequim, Sarkozy não afastou terça-feira um boicote à cerimónia de abertura dos Jogos, a 08 de Agosto, para protestar contra a repressão no Tibete.

O porta-voz chinês advertiu ainda contra qualquer recepção oficial do Dalai Lama por Paris ou outras capitais.

"O governo chinês opõe-se firmemente a qualquer forma de contacto oficial com o Dalai Lama, seja de que país for", disse Qin, em reacção a declarações da secretária de Estado francesa para os Direitos Humanos, Rama Yade, que se declarou pronta a receber o chefe espiritual tibetano.
...
Hoje, Pequim indicou que mais de 600 pessoas se entregaram à polícia depois dos sangrentos tumultos de Lassa e dos confrontos nas regiões vizinhas do Tibete. As autoridades referiram 20 mortos, 18 civis "inocentes" e dois polícias.

O presidente do Parlamento tibetano no exílio Karma Chophel afirmou que os motins no Tibete fizeram pelo menos 135 mortos e mil feridos, e que cerca de 400 pessoas foram detidas desde 10 de Março. in ww1.rtp.pt/noticias (27 de Março 2008)


Motoristas ao nível de dirigentes

Os motoristas ao serviço da Secretaria-Geral da Presidência do Conselho de Ministros têm uma remuneração mensal três vezes superior ao respectivo vencimento base, auferindo mesmo salários equiparados aos do pessoal dirigente da Administração Pública. O que significa que a maioria dos sessenta motoristas ao serviço da Presidência do Conselho de Ministros recebe cerca de dois mil euros líquidos.

O relatório da comissão técnica do Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado (PRACE) revela que esta situação é de 'difícil gestão', pelo que a prazo terá de ser ultrapassada através da 'não substituição dos que se aposentarem' ou pela 'não renovação das requisições de pessoal de outros quadros'.
O documento precisa que em relação aos veículos usados pela Secretaria-Geral, gabinetes governamentais e outras entidades integradas na Presidência do Conselho de Ministros a frota tem um custo anual de manutenção de quase meio milhão de euros. Com uma idade média de 6,5 anos, os 118 automóveis afectos aos gabinetes governamentais encontram-se em tal estado de degradação que são 'inadequados para os fins a que se destinam'.
Por isso, a eventual substituição da frota automóvel, como sugere o relatório, terá sempre de ser feita de modo gradual, de forma não contribuir para a despesa pública.
Desde 2002 que a gestão da manutenção da frota é efectuada por um prestador externo de serviços que representa um custo adicional de 9813 euros por ano, facto que é alvo de críticas.
A Secretaria-Geral garante que esta gestão é eficiente e com menores custos. O relatório apresenta dúvidas e assegura que esta situação 'não se poderá manter por muito tempo.'

322 MIL EUROS EM RENDAS

O PRACE avaliou a gestão do património imobiliário à guarda da Secretaria-Geral da Presidência do Conselho de Ministros (SG PCM) e especifica que o valor das rendas pago em 2005 rondou 22 mil euros. A SG PCM opera em seis edifícios que são propriedade do Estado, sendo que os restante 12 locais de trabalho pagam uma renda cujos valores variam de caso para caso.
A renda mais cara é paga pela 1.ª Delegação da Direcção-Geral do Orçamento: 6309 euros por mês. A própria Secretaria-Geral, na Av. Infante Santo, em Lisboa, paga quatro mil euros por um rés-do-chão.
O relatório diz que a SG PCM não dispõe de pessoas com a experiência necessária para fazer uma gestão adequada de todo este património, pelo que recomenda um reforço técnico e qualificado de pessoal. Pedro H. Gonçalves in http://ocartel.blogspot.com (Março 24, 2008)

2008/03/26

A Casa de Sócrates

A Casa de Sócrates no registo predial, não passa de um simples apartamento.

Na verdade trata-se de uma casa senhorial no coração de Lisboa. São cinco assoalhadas dum 3º andar no edifício Heron Castilho. Tem 150 metros quadrados, avaliados em 800.000 euros, que custaram em Fevereiro de 1996, 240.000 euros.

Antes vivia num modesto apartamento T2 na calçada Eng. Miguel Pais, em São Bento. Na garagem tem um Mercedes C230. Longe vão os tempos em que conduzia um modesto Rover 111.

Além disto frequenta restaurantes caros e usa fatos de marca. Como pode Sócrates viver como um homem rico, com 82 mil euros brutos (57 mil líquidos) que declarou ao Tribunal Constitucional ganhar por ano? Diz não ter rendimentos de quaisquer empresas, acções ou planos de poupança. O único património que diz ter é o carro, a casa e ordenado.

Esqueceu-se de dizer que foi sócio da Sovenco? Sociedade de Venda de Combustíveis Lda., com sede na Reboleira, Amadora, em que está registado na matrícula da sociedade. No seu site, Sócrates Carvalho Pinto de Sousa, não consta este pormenor.

Segundo fontes, o Ministério Público está a investigar os investimentos governamentais efectuados nas áreas do tratamento de resíduos urbanos, e a sua relação com o financiamento de actividades partidárias, durante o período em que José Sócrates exerceu funções governativas (Ministro do Ambiente de António Guterres).

Uma das principais dúvidas recai sobre o processo de adjudicação do concurso para o sistema da recolha e tratamento de resíduos do Planalto Beirão.

A Sovenco, criada em 1990, era uma Sociedade de Venda de Combustíveis. A sua constituição: Armando Vara, Fátima Felgueiras, José Sócrates, Virgílio de Sousa.

Sócrates finge, agora, não se lembrar dessa sociedade que fez. E porque se tenta ele esquecer?

Porque:

Armando Vara - condenado a 4 anos de prisão (pena suspensa); no entanto recebeu o prémio do amigo José Sócrates, e agora é ADMINISTRADOR DA CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS, com 20.000,00 euros por mês, mais extras.

Fátima Felgueiras - andou foragida da Justiça no Brasil dois anos; HOJE É ELEITA PRESIDENTE DE CAMARA DE FELGUEIRAS, e tem imunidade parlamentar.

Virgílio de Sousa - condenado a prisão por um processo de corrupção no Centro de Exames de Condução de Tábua.

Compreende-se que Sócrates não se queira lembrar. Que "ricos" amigos, hein?...Como é mesmo aquele provérbio?...

"Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és!"

Sócrates já não se lembra... Convém que o pessoal não se esqueça!!! (texto enviado por leitor identificado - imagem extraída de http://ferroadas2.blogspot.com)


O homem da pasta

Sou professora há 35 anos e tenho uma colega na escola que foi colega de curso do Valter Lemos em Biologia. Logo que ele entrou para o governo, a referida colega comentou que "tínhamos um belo Secretàrio de Estado. Foi meu colega na Faculdade de Ciências e passou o curso todo a copiar nos exames. Era conhecido como o "homem da pasta", pois tamanhas eram as cábulas.... "
Aos 20/23 anos já se é adulto ( digo eu...) e os traços de carácter já lá estão!!!!!!
Quanto ao Politécnico de Castelo Branco, nem vale a pena acrescentar mais... Eu vi uma reportagem num dos canais generalistas, há uns tempos, em que uma Prof. do referido Politécnico se dizia vítima das arbitrariedades e ilegalidades desse senhor. Foi preterida em concurso a favor de uma "amiguinha" muito menos qualificada, pelo que tinha posto uma acção em Tribunal contra o EXCELSO /COMPETENTE/ HIPERACTIVO PLANTADOR DE UNIVERSIDADES que dá pelo nome de Valter Lemos.
Claro está que a dita professora pode esperar sentada o desfecho da acção... Como sempre, em Portugal, sempre que a acção é contra um "poderoso" o povo pode esperar... (em email de leitora identificada)


Lemos perdeu mandato

Valter Lemos insistiu que a perda de mandato por excesso de faltas implicaria a existência nos arquivos camarários de um processo de que nunca foi alvo. O secretário de Estado reafirma que suspendeu o mandato de vereador "devido ao acréscimo significativo de trabalho" no Instituto Politécnico de Castelo Branco, onde leccionava. Garantindo que "não deu nenhuma falta injustificada", classificou as acusações de Francisco Louçã e da Fenprof como uma "tentativa de assassinato de carácter" e "baixa política".

BE insiste na demissão

O BE insiste Valter Lemos "não tem capacidade para se manter" no Governo. Ao JN, Fernando Rosas argumentou que o secretário de Estado da Educação se colocou "numa situação muito embaraçosa", ontem, ao constatar-se que "mentiu" por duas vezes desde que a polémica rebentou. Primeiro, quando afirmou "que nunca tinha faltado", depois ao garantir que "não há nenhum documento camarário" que comprove a perda de mandato. A acta da reunião de Câmara existe, "o que não há é um processo" porque a decisão da vereação foi anulada por se basear numa lei que já não estava em vigor, explicou o deputado. Ou seja, concluiu, Valter Lemos "refugiou-se num subterfúgio" processual para apagar as faltas que, efectivamente, deu.

"É uma personalidade política inquietante mente e quando é apanhado refugia-se num subterfúgio", insistiu o dirigente do BE.

Confirmada a perda de mandato

O presidente da Câmara de Penamacor confirmou, ontem, por comunicado enviado à Lusa, a perda de mandato por Válter Lemos aprovada, em 1993, numa reunião camarária. O problema, especificou o autarca eleito pelas listas do PS, Domingos Torrão, em defesa do secretário de Estado, é que essa decisão foi anulada, porque se baseava numa lei de 1984, alterada cinco anos depois. Por isso, nunca chegou a ser instituído processo a Válter Lemos. Segundo a nota de Imprensa, da acta da reunião camarária de 7 de Dezembro de 1993, cinco dias antes das autárquicas, consta que Valter lemos "ficou abrangido" pelos termos constantes da Lei nº 100/84, tendo o executivo "declarado a perda de mandato". in jn.sapo.pt/2005/11/24/politica/


António Pinto de Sousa

É o novo responsável pelo gabinete de comunicação e imagem do IDT (Instituto da Droga e Toxicodependência).

Tem competência atribuída , para empossar quem quiser, independentemente da sua qualificação académica e profissional, para os cargos dirigentes do Instituto, contrariando os próprios estatutos do IDT.

ahahah... que já me esquecia de dizer:

é irmão de José Sócrates. (em e-mail de leitor identificado)



2008/03/25

UTAD: Universidade pública em família



Serafim Rodrigues de Albuquerque in "A Podridão" (ed. do autor)

2008/03/22

O regresso do cacete

Ségolène Royal - que a estupidez e o machismo de alguns franceses preteriu a favor do actual presidente/show-man - não teve problemas em preconizar o enquadramento militar dos jovens violentos. Eu diria mais: todos os violentos (violência não é só agressão física) têm de ser monitorados, e os violentos que recebem subsídios e outras prestações sociais deveriam ser obrigados a desempenhar um serviço cívico que poderia ser tutelado pelos militares. Charles Melman - psicanalista histórico fundador do "movimento" psicanalítico ao qual me encontro ligado - ironizou com esta faceta de Ségolène num editorial que esteve online no site do "movimento", editorial que tinha o título deste post. Permito-me discordar e dizer que Ségolène estava correcta. Sabemos bem que se não existir uma "castração" adequada desenvolvem-se indivíduos perversos. Não percebo por isso qual o espanto se alguns jovens - provavelmente uma percentagem ínfima - forem enquadrados militarmente, onde receberão uma educação melhor que aquela oferecida pelos pais e a escola. Dada a sua especificidade como educandos...

Os "especialistas da educação" criaram case studies em Portugal. Não me refiro à agora famosa portuguesa, de 15 anos, que há dias tratou mal uma professora idosa e franzina, tornando-se assim uma vedeta - portuguesa concerteza - da internet. Refiro-me aos mais velhos, na casa dos 30/40 anos, que são puros parasitas e vivem à custa de familiares que maltratam (dos pais ou das esposas pois mais ninguém está para os aturar). Existem muitos, demasiados para um país pequeno, que são fruto da pedagogia de pacotilha que vigora há demasiado tempo em Portugal. Deveriam ser enviados para as casas dos "pedagogos" que teorizaram e criaram o "sistema educativo" português, porque são eles os verdadeiros pais desses infelizes crápulas que são simultaneamente vítimas de um "sistema" que não os soube educar para o trabalho e para o respeito pelos outros. E nem falo dos "novos criminosos". Dos que com vinte e tais anos, e menos, cometem crimes sistemáticos e violentos. Porque esses são a prova cabal da total falência e do escandaloso bluff que é o "sistema educativo" dos "pedagogos" e "especialistas da educação". Sobre os crimes só tenho uma coisa a dizer: no início da era pós-socrática (é que sou licenciado em Filosofia...) uma das primeiras medidas terá de ser a alteração do novo Código Penal. Do absurdo Código Penal que este governo impôs ao país. A idade para imputabilidade da responsabilidade criminal tem de baixar e o peso das penas tem de aumentar. Entre outras coisas.

Agora trata-se do Estado, dos cidadãos informados, dos cidadãos que pagam impostos e intervêm honestamente na vida do país, serem capazes de responsabilizar os verdadeiros culpados por este estado de coisas. Na crónica de hoje (22 de Março) na última página do jornal "Público", Vasco Pulido Valente chamou os bois pelos nomes. Este governo que está no poder com maioria absuluta há três anos é responsável pelo agravamento das situações de indisciplina nas escolas, que não são residuais ao contrário daquilo que a ministra da educação e respectivos secretários dizem. Muitos casos são escondidos da própria "comunidade educativa" e os casos mais graves não são conhecidos do público. Como, por exemplo, o daquele aluno que pontapeou uma professora grávida causando-lhe um aborto. Porque a professora se recusou a ajudá-lo num teste escrito para avaliação! Aconteceu há anos numa escola de Lisboa e parece que o aluno foi suspenso 10 dias mas continuou na mesma escola pelo menos até ao final do ano lectivo! Será isto normal? Será isto aceitável? Este seria um caso para o tal enquadramento militar proposto por Ségolène Royal e todos sabemos que há mais. É necessário acabar com esta farsa que vai matar o país. É necessário acabar com a farsa do actual Ministério da Educação que dá verbas absurdas à confederação de pais que o apoia. Os professores só podem ser avaliados quando tiverem condições dignas para o exercício da sua profissão. Sem insultos, sem mêdos, sem agressões, sem indisciplina. É necessário que o país tenha a coragem, e a capacidade, de pedir contas a quem realmente tem contas a prestar, como muito bem diz VPV na referida crónica. Acabe-se de vez com a hipocrisia e com o teatrito de andarem a arranjar bodes espiatórios para crucificação pública - não são os professores os principais responsáveis pelo estado a que chegou o ensino básico em Portugal (mas não estão isentos de responsabilidades pois muitos professores e membros das direcções das escolas têm sido veículos do "eduquês" que destruiu o país) - porque senão é Portugal que acaba. E se acabar vai acabar mal. Pior do que imaginam.* AST

* os sindicatos dos trabalhadores espanhóis acusam os portugueses (que são muitos milhares a ocupar empregos pouco qualificados em Espanha) de fazerem concorrência desleal ao trabalharem mais horas por menos dinheiro. Não pensem os portugueses que andam a maltratar os professores que vão encontrar a salvação em Espanha, ou onde quer que seja, porque não vão.

* Consulado diz nada ter a ver com o problema. Três portugueses enganados por um patrão holandês estão naquele país sem casa, comida nem dinheiro e acusam o Consulado de Portugal em Roterdão de os maltratar e deixá-los ao abandono... Sem casa e sem dinheiro, os portugueses conseguem comida graças a uma cabo-verdiana que tem um café e lhes dá umas "sandes e uns sumos". in publico.pt (23.03.2008 - 16h34 Lusa). Nota do Editor: e são trabalhadores especializados! "A história deste português de 29 anos, um serralheiro-tubista que em Portugal fazia tubagens para navios, começou há um mês quando foi contactado para ir com urgência para a Holanda." idem. Que será de alunos como os do "9ºC em grande"? Alguém os quererá como trabalhadores, funcionários, ou mesmo figurantes de novelas rascas? A pergunta poderá ser formulada de outra maneira: servirão esses portugueses do "9ºC em grande", e outros similares, para alguma coisa?


Batemos no fundo

Governantes, pais e professores saem muito mal do "filme" da sala de aula do Carolina Michaelis. Um a aluna aos gritos, batendo na professora e tratando-a a por tu, uma turma inteira satisfeita e gozando com a desordem e com a incapacidade da professora - "a velha" - , tudo isto é um retrato mau do estado a que deixamos chegar a situação.

Os pais acomodam-se com o recibo da propina que pagam à escola, como se a sua responsabilidade acabasse aí. Os filhos são entregues à escola, onde entram e saem com ligeiras e rápidas passagens por casa, para comer e dormir. Casas onde não se discute problema nenhum e nada se questiona. Casas onde muitas vezes nem tempo há para se falar, conversar.

Nas escolas, as regras são o que se sabe. Seriam assim tão maus os tempos em que os alunos se levantavam quando o professor entrava na sala? Seria assim tão penoso o silêncio que se fazia enquanto o professor falava? Seria assim tão pouco natural que um aluno fosse posto fora da aula se estivesse a perturbar os colegas e o professor? Seria assim tão fora do senso comum que um estudante que não tivesse aproveitamento fosse obrigado a repetir o ano?

Porque mudaram as leis, porque deixámos as coisas cair neste "deixa andar"?

O 25 de Abril, que nos trouxe a liberdade, levou, nos tempos revolucionários, regras que eram boas mas que voaram com o lixo fascista. Os tempos revolucionários passaram, vieram tempos democráticos, ministros de todos os partidos e o edifício escolar nunca se compôs, nunca foi capaz de responder aos desafios da democracia.

O filme vergonhoso do Carolina, que infelizmente não é nem caso isolado nem o mais grave, deve encher-nos a todos de tristeza. Pura e simplesmente somos uma sociedade que não sabe educar os seus filhos, que não tem nem valores nem referências para lhes dar. Batemos no fundo. E enquanto não conseguirmos restaurar a autoridade na escola, não sairemos da cepa torta. José Leite Pereira in Jornal de Notícias (23 Março 2008)


Pais indulgentes potenciam o bullying nas escolas

Os jornais ingleses The Guardian e The Daily Telegraph publicaram, ontem, a propósito da relação entre o bullying e pais indulgentes, as conclusões de um estudo encomendado pelo Sindicato Nacional de Professores (National Union of Teachers), que merece a nossa reflexão:

O mau comportamento nas escolas é alimentado por pais "super indulgentes" que não sabem dizer não aos seus filhos, de acordo com os estudos. Os professores estão a lidar com um "pequeno mas significativo" número de alunos que fazem birras na aula quando a sua vontade não é satisfeita, ficam exaustos porque se deitam tarde e têm pais "beligerantes" que tomam o partido dos filhos contra os professores.
"Estes pais, eles próprios sob pressão social e muitas vezes incapazes de lidar com o comportamento dos filhos, podem ser muito agressivos, por vezes recorrem à violência para proteger os interesses dos filhos." Os professores descreveram pais "altamente permissivos que permitem tudo para não se aborrecerem e que não recorrem a sanções ou incentivos." in http://ramiromarques.blogspot.com (23 de Março de 2008)


Toca a rir pessoal, que a galhofa faz bem à alma lusa

Quer-se que a Escola recupere um atraso centenar como um milagre de alminhas. Basta lembrar que em 1910 cerca de 80% da população era analfabeta (taxa maior de escolaridade tinham os netos dos antigos escravos americanos) e que à beira do 25 de Abril de 1974, esta percentagem atingia ainda os 35%. Também na entrada da revolução dos cravos o número de licenciados ficava-se pelos míseros 4%, enquanto a França contava com 40%. Sociedade, cultura e mentalidade não se alavancam de um momento para o outro, daí a demagogia feroz das comparações. Então comparemos a estatura dos nossos políticos, com a dos seus homólogos franceses, alemães e até espanhóis e toca a rir pessoal, que a galhofa faz bem à alma lusa.

É certo que os professores não estão isentos de culpas. Aceitaram e até embarcaram nas ridículas modas pedagógicas, não questionaram firme e publicamente o desvario disciplinar, o severo e preocupante desajustamento curricular, a absurda hora lectiva. Resignaram-se em demasia, vencidos pela hierarquia ou pela comodidade de não fazer mais ondas, quando o mar encapelado já torna tão difícil a vida da tripulação. António Maduro in www.tintafresca.net (edição nº 89)


Portugal pode-se dar ao luxo de perder os imigrantes que possuem qualificações?!

Imigração. A taxa de desemprego em Portugal está a levar os imigrantes de Leste a sair do País. São sobretudo ucranianos que o fazem, a maior comunidade originária desta zona . Por outro lado, os que conseguem estabilidade já trazem a família
O dia-a-dia de Maria Didych é feito a pensar no que vai deixar para trás em Portugal. Os amigos, o mar, a comida... é o que lhe irá fazer mais falta na Ucrânia, para onde regressará em Julho. Mas também parte com uma enorme frustração, a de não ter conseguido o reconhecimento das habilitações: uma licenciatura em biologia, a base da sua formação enquanto analista. "Os meus filhos sempre me pediram para regressar. Viam-me com uma bata branca e agora vêem-me com uma esfregona. Não gostam!" in dn.pt (23 Março 2008)


Et OUI!

1. Sabem em que consiste a "manutenção" do site do ministério da justiça? Não? Ok! Eu esclareço: trata-se de actualizar conteúdos, um trabalho que provavelmente muitos dos v/ filhos fazem lá na escola ou em casa "com uma perna às costas". Por falar em "costas" acham que o ministro Costa recorreu ao OTL e pediu um puto qualquer para tratar do assunto? Não! Trata-se de uma tarefa altamente técnica que justifica uma remuneração de 3.254,00 euros mais o subsídio de almoço, claro!!!

2. E sabem quem tem o perfil adequado a essa extremamente especializada função? Não? Ok! Eu esclareço. Trata-se de Susana Isabel Costa Dutra. Susana Isabel Costa Dutra, é (por um acaso daqueles que só acontecem... em Portugal!) filha do ministro Alberto Costa. Et OUI! (e-mail de leitor identificado)

2008/03/21



A professora não apresentou queixa. Não vale o incómodo...

O vídeo "altamente" abriu os telejornais das televisões privadas. Informaram que a professora não apresentou queixa. Por certo para não ser duplamente enxovalhada. "Os da educação" interrogá-la-iam "de pé atrás", chamar-lhe-iam talvez "resistente à mudança" e outras coisas em eduquês perfeito. Sei que não vem a propósito, mas lembrei-me do caso de Felizberta no fundo do poço, assassinada por jovens "irreverentes". Dá volta ao estômago. in www.didacticadoportugues.blogspot.com (20 de Março de 2008)


Professores contratados coagidos a assinar

Acabei de saber por uma colega indignada que hoje, na sua escola – do concelho de Sintra, foi chamada ao CE, assim como os seus colegas contratados, tendo-lhes sido comunicado que segundo recentes directivas do ME, iriam ser avaliados e que para dar início ao processo, deveriam antes redigir um documento no qual teriam de dizer expressamente "quero" ser avaliado.
Como é óbvio, os colegas nem queriam acreditar e lá foram argumentando como puderam mas nada... Ordens da tutela às quais temos de obedecer!
Se pensarmos que estamos em período de interrupção escolar e que os professores tem menos capacidade de se juntarem e de discutirem, só nos podemos indignar e denunciar!. A Sra. Ministra vai poder anunciar à comunicação social que o processo de avaliação decorre com toda a normalidade e que até foram os professores que a pediram. Eles estão a sair do armário. in http://ramiromarques.blogspot.com (18 de Março de 2008, 16:31)


Bullying

O bullying não resulta do insucesso, mas da falta de civismo, de regras e de respeito pelos outros.

Os acidentes por excesso de velocidade não acontecem por causa das pessoas estarem atrasadas e existirem outros carros no caminho, mas por não respeitarem as regras de trânsito e os direitos dos outros.

O bullying, como a condução agressiva, não resultam do insucesso escolar ou do despertador não ter tocado tarde. Resultam da má formação de quem os pratica.

Ponto final.

Só não é parágrafo, porque a ilação óbvia de tal associação (insucesso escolar=desmotivação=bullying sobre os docentes) é que se os professores garantirem o sucesso aos alunos estarão a «incentivá-los», a «motivá-los» e a prevenir o bullying e, de certa forma, a protegerem a sua própria integridade.

Ora isto já é legitimar, mesmo se indirectamente, a coacção e a chantagem a um nível insuportável. in http://educar.wordpress.com (Março 20, 2008)

2008/03/20

Pelo Tibete

Em Março de 1959, uma revolta contra a ocupação chinesa foi esmagada e S.S. o Dalai Lama viu-se obrigado a deixar o seu país, encontrando exílio na vizinha Índia, onde chefia hoje o Governo Tibetano no exílio. Foi seguido por cerca de 80.000 tibetanos.

Como resultado da ocupação chinesa, morreram mais de um milhão de Tibetanos: um sexto da população. Os Tibetanos, devido ao contínuo afluxo de imigrantes Chineses, são actualmente uma minoria no seu próprio país

Os Tibetanos são frequentemente presos e torturados de forma arbitrária devido à sua prática religiosa ou a qualquer espécie de demonstração/resistência contra a ocupação chinesa. Toda a actividade política, qualquer iniciativa a favor dos Direitos Humanos, ainda que pacífica, é considerada como o mais grave dos crimes e é punida com penas que vão até à prisão perpétua ou mesmo a morte. Os Tibetanos são desta forma condenados por possuir uma fotografia do Dalai Lama, segurar a bandeira nacional tibetana e gritar “Tibete Livre” em manifestações pacíficas, colar cartazes, traduzir para Tibetano e divulgar a Declaração Universal dos Direitos Humanos ou, simplesmente, falar da situação dos direitos humanos no Tibete com turistas ou jornalistas estrangeiros.

Mais de 6.000 mosteiros foram demolidos e 80% dos Tibetanos que vivem no Tibete são analfabetos. Devido à discriminação de que são alvo têm um reduzido acesso quer à educação, quer aos cuidados de saúde.

O ecosistema do planalto tibetano tem vindo a ser devastado pelo Governo chinês e o “tecto do mundo” é hoje palco da produção de armas nucleares, factor de risco para todo o planeta.

Por todos estes motivos, e tendo em conta que nos Princípios fundamentais da Constituição Portuguesa (artigo 7, 2-3) se estabelece que “Portugal reconhece o direito dos povos à autodeterminação e independência” e “preconiza a abolição do imperialismo, do colonialismo e de quaisquer outras formas de agressão, domínio e exploração nas relações entre os povos”, os subscritores desta Petição dirigem-se à Assembleia da República pedindo que seja aprovada uma moção que condene a Violação dos Direitos Humanos e da Liberdade Política e Religiosa no Tibete.

SONGTSEN – CASA DA CULTURA DO TIBETE (www.casadaculturadotibete.org) / UNIÃO BUDISTA PORTUGUESA
Artista da treta

Em 2007, Guillermo Vargas Habacuc, recolheu um cão abandonado na rua, atou-o a uma corda na parede de uma galeria de arte e deixou-o ali para morrer lentamente de fome e sede.

Tanto o autor como os visitantes da galeria de arte presenciaram impassíveis a agonia do animal, até que este finalmente morreu de inanição.

A prestigiada Bienal Centroamericana de Arte decidiu, incompreensivelmente, que o que tinha sido apresentado era arte, e deste modo Guillermo Vargas Habacuc foi convidado a repetir a sua acção cruel na mesma Bienal em 2008.

Existe uma petição para evitar que este homem seja chamado artista e repita o mesmo acto:

www.petitiononline.com/13031953/petition.html




2008/03/19

Liberalismo? Que é isso?

Quando era pequeno era marxista. Leninista e por aí fora... Quando estive na Albânia o susto foi muito menor que aquilo que esperava. Por este canto ocidental da Europa diz-se cobras e lagartos dos albaneses. Nem câmara fotográfica levei com mêdo de ser assaltado... Lembro-me da minha indignação, na primeira vez que estive na Holanda, por terem achado não ser eu bem português devido aos cabelos castanho-claros e à pele demasiado branca, segundo eles, para alguém vindo do extremo sul da Europa. Se não sou bem português não é seguramente devido à côr da pele. Ou dos cabelos... Apesar disso fiquei adepto do "liberalismo". Na altura não distinguia entre liberalismo-liberalismo e liberalismo à holandesa, que no fundo era (ainda é...) "estado-social". Explicaram-me, por exemplo, sobre aquele grande teatro que tinham acabado de construir, que não só não tinham havido derrapagens orçamentais como isso se devia à ausência de corrupção. Também me falaram do interesse dos holandeses pela cultura, ficando eu definitivamente conquistado para o "liberalismo". Nessa altura ainda não conhecia a Koninklijk Concertgebouworkest (Royal Concertgebouw Orchestra) que é uma das 3 melhores do mundo, assim de vistas restritas porque, felizmente, existem mais que 3 orquestras "melhores do mundo"... Um dia Slavoj Žižek (por um mero acaso conheci-o pessoalmente) disse-me que o fim do comunismo não melhorou a situação das pessoas na ex-Jugoslávia. Agora, quando olhamos para a Rússia actual, Rússia sobre a qual parece pender uma qualquer fatalidade (como diz uma personagem em Andrei Rubliov, obra de Andrei Tarkovsky que é talvez o filme mais genial de todos os tempos), ficamos com poucas dúvidas disso. Na realidade a ex-Jugoslávia "comunista" (para muitos "revisionista", ou pior...) era bem mais "liberal" que a Rússia economicamente "liberal" de Putin. Não sou comunista. Isso foi quando era pequeno (adolescente, porque quando era pequeno fui "anarco-comunalista"...). No início do ensino preparatório fiquei logo a simpatizar com o socialismo porque um professor me disse que socialismo era dividirmos a nossa comida com aqueles que têm fome. Graças aos professores que fui tendo, alguns acusados de "comunistas" sem o serem (e mesmo que fossem!), fui compreendendo que as coisas eram, infelizmente, bem mais complicadas. Por curiosidade, também decidi estudar música mais a sério devido ao incentivo do professor de educação musical que tive no ensino preparatório... Actualmente considero que o "liberalismo" é uma ficção. Se tal coisa existisse os Estados deixariam falir os grandes bancos que cometem erros fatais, em vez de os salvarem directa ou por interposta pessoa. Dizerem que a falência dessas instituições privadas conduziria à descredibilização do "sistema", vale rigorosamente o mesmo que todos os "senãos" colocados ao funcionamento dos "sistemas comunistas" e todas as objecções à sustentabilidade a prazo do "estado social". Na verdade a insustentabilidade do "sistema liberal" não é uma possibilidade a prazo. Já aconteceu quando o Estado interveio na banca privada, mal gerida, para salvar o "sistema". Basicamente, no que à Europa diz respeito, a análise de Max Weber sobre o sul católico (a África e Médio Oriente islâmicos...), pobre e fechado e o norte protestante, aberto e próspero, mantém a pertinência. É só olhar, sem sequer ser necessário ver bem. Nuances há-as seguramente, nomeadamente despoletadas pelas grandes migrações populacionais, mas essencialmente o norte e o centro europeus vão manter a tradição do "estado social". O Sul não se percebe que sendeiros trilhará mas será quem sofrerá mais com as alterações climáticas. Isso já se percebe bem. AST

Nota: um dos livros interessantes e recentes que aborda esta questão, traduzido para português, é "Tornar Eficaz a Globalização", do prémio Nobel da economia (2001) Joseph Stiglitz. A revista TIME (Europa), March 31, 2008, pag 22 e seguintes, traz uma peça muito interessante e elucidativa sobre a temática deste post. Esta edição da revista é dedicada ao Dalai Lama. Um valor acrescentado para este número da revista.



2008/03/17

in www.asianews.it - 10/11/2007


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